Nem sempre conseguiremos lembrar de todas as pessoas que cruzaram nosso caminho, mas certamente lembraremos daquelas que nos fizeram sorrir.
As vezes me pergunto se sei realmente o que estou fazendo da minha vida, se tenho a real dimensão de como posso fazer a diferença na vida de alguém. Sempre me senti desprestigiada quando alguma pessoa me perguntava qual a minha formação e eu respondia "História", sentia um olhar de "pena" recaindo sobre mim e acabava por realmente me sentir uma coitada por ter feito a escolha da licenciatura, no entanto, ultimamente tenho me questionado se este olhar de "pena" não seria culpa minha, pois eu me permitia sentir e aceitar tal imposição de penúria.
Ultimamente comecei a me olhar diferente, comecei a perceber como posso ser importante na vida de alguém, e esta mudança de pensamento começou a acontecer depois que um aluno me disse que eu era muito mais do que uma professora, eu era uma amiga, um porto seguro. Foi a partir destas palavras que comecei o meu processo de reconhecimento, reconhecer como uma palavra, um olhar, um sorriso, podem fazer toda a diferença na vida das pessoas com as quais eu convivo, bem como, tais gestos podem ensinar muito mais que livros didáticos.
Percebi que uma sala de aula por si só não significa aprendizagem, é preciso que haja troca de experiências entre aqueles que passam por ela, é preciso que haja humanidade para que o conhecimento se torne efetivo, é preciso olhar o outro como um Ser, pois talvez as palavras nem sejam necessárias para que os aprendizados mais impotantes sejam construídos.
"Daqui a 50 anos eu ainda vou saber seu nome e vou me lembrar de todas as vezes que você me fez sorrir" (Caio Fernando Abreu)
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